sábado, 16 de março de 2013

Mamãe, mamãe, mamãe, mamãe.........




Hoje faz 60 dias que a palavra que mais escuto é mamãe!!!!! Eu sei todas as mães escutam, mas eu explico: trabalhava fora e então passava o meu expediente e mais o restante do horário das aulas dos meus três filhos longe dos meus três filhos. Conciliar as atividades profissionais e domésticas com ser mãe estava se tornando uma tarefa dolorosa. Amo trabalhar. Sou jornalista e atuo como assessora de imprensa há mais de uma década. Como sou muito "caxias" , sofria muito quando faltava ao emprego porque um filho estava doente ou estava lá pensando na febre do menino que ficou em casa. Acho que se não fossem as crianças seria daquele tipo workaholic. Sabe aquelas pessoas que só pensam no trabalho, que não tem hora para começar e nem para terminar? Seria eu. Seria porque não pode ser. Tenho sempre Aurora, Bernardo e Giuseppe me esperando em casa. E eles não merecem ter uma mãe ausente.

Por conta do trabalho, não estava perto de Bernardo em  sua convulsão febril, não vi Giuseppe dar os primeiros passos e Aurora tinha dois meses quando voltei da licença maternidade. E, daí? Tantas mulheres trabalham fora e dão conta! E daí? Tantas mães precisam dar os três expedientes e os filhos se criam! E daí que eu sou eu. Eu não sou igual a ninguém. E nem pretendo ser.

A situação se complicou quando os meninos começaram a ter problemas na escola antiga. Eles estudavam à tarde e o turno da manhã era em casa com o meu pai (que mora conosco desde a viuvez) e com a empregada doméstica. Não faziam as tarefas, brigavam muito, não comiam direito e à noite tinham que estudar por vezes até meia-noite. Não podiam fazer nenhuma atividade extra porque não tinha quem levasse. Aí, um deles recebeu o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e reprovou. Foi a gota d´água. Eu sentia como se eles estivessem abandonados à própria sorte. Conversei com o meu marido, com a minha chefe, com as minhas amigas e decidi sair do trabalho. Era agora ou nunca. Se eu não estivesse presente nesse momento, nunca me perdoaria por não ter tentado.

Sou uma mulher absurdamente imperfeita tentando ser perfeita.  Estou longe de ser aquela mãe paciente que tem toda a energia do mundo para brincar 24 horas. Não nasci para Amélia. Pelo contrário, agradeço a todas as feministas pelo conquista do merecido espaço das mulheres no mercado de trabalho. Não tenho a menor aptidão para a cozinha. Mesmo assim, os meus filhos dizem que sou a melhor cozinheira do mundo. Sou péssima dona de casa. E os meus filhos amam me ver costurar, arrumar e fazer faxina. Não tenho o menor jeito para artes. Mas eles adoram todos os fantoches, desenhos e maquetes que ajudo a fazer para a escola.

E, assim, perfeitamente imperfeita vou seguindo o meu caminho e tentando (tentando muito!) alçar ao mundo três crianças transformadas em pessoas preparadas (da melhor maneira que consegui) para a vida.

* Essa imagem é significativa para mim. A galinha com os pintinhos foi uma homenagem que recebi do pessoal do meu último trabalho. Pessoal, sinto muitas saudades!

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